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Bolsonaro volta a criticar prefeitos e governadores em pronunciamento

Witzel e prefeitos se pronunciaram sobre as falas. Foto: Ascom Niterói

No pronunciamento de exoneração de Luiz Henrique Mandetta, no cargo de ministro da Saúde, na tarde desta quinta-feira (16), o presidente Jair Messias Bolsonaro (Sem Partido) voltou a fazer críticas às medidas de isolamento social, decretadas por governadores e prefeitos. O presidente afirmou que não foi consultado e que "o preço vai ser alto".

"Nós todos, poder Executivo, Legislativo e decisões do Judiciário temos que ter muita prudência. O governo não é uma fonte de socorro eterna. Em nenhum momento eu fui consultado sobre medidas adotadas por grande parte dos governadores e prefeitos. Tenho certeza que eles sabiam o que estavam fazendo. E o preço vai ser alto. Tinham que fazer alguma coisa? Tinham. Mas se porventura exageraram, não bote essa conta nas costas do nosso sofrido povo brasileiro", disse o presidente.

Pelo twitter, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), também não poupou as palavras para criticar a posição de Bolsonaro. O juiz ainda aproveitou a publicação para agradecer e enaltecer o trabalho de Mandetta no comando da pasta, que terá agora o oncologista e empresário Nelson Teich.

"Entre a saúde dos brasileiros e a política, o presidente Jair Bolsonaro preferiu a política. Que Deus nos ajude. Parabéns pelo belo trabalho à frente do Ministério da Saúde. Nossa luta contra o coronavírus continua. Que o novo ministro siga as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde)", disse o governador.

O prefeito de São Gonçalo e também médico, José Luiz Nanci (Cidadania) defendeu a ideia de união frente aos desafios que o novo coronavírus exige. O chefe do Executivo gonçalense defende a visão de Mandetta no combate à doença, no que tange às medidas de isolamento social.

"Como prefeito e médico, acho que não era a hora de conflito e sim de unir forças em prol da saúde dos brasileiros. As medidas de isolamento social, na qual o Mandetta defende, são de extrema importância para achatarmos a curva da doença em nosso país", declarou.

O prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT), não quis comentar as críticas do presidente diretamente. No entanto, em nota, afirmou que "na cidade (Maricá) o isolamento social continua sendo considerado uma arma eficiente contra a expansão da doença e será mantido pelo menos até o dia 28 de abril".

Também em nota, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), afirmou que tem acompanhado o trabalho do presidente e de seu governo, "que tem apoiado as ações de combate ao novo coronavírus, como as do município do Rio". Em tom amigável, o chefe do Executivo da capital declarou que: "só temos que agradecer pelo apoio muito importante nesse momento".

Os prefeitos de Niterói e Itaboraí, Rodrigo Neves (PDT) e Dr. Sadinoel (PMB), respectivamente, ainda não comentaram sobre a declaração do presidente.

Congresso Nacional

Em nota conjunta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), classificaram que Mandetta "foi um verdadeiro guerreiro em prol da saúde pública". Os chefes do Congresso Nacional também reafirmaram o compromisso em fazer "tudo o que estiver ao alcance" para mitigar os efeitos da pandemia.

"A maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia. O Congresso Nacional espera que o novo ministro, Nelson Teich, dê continuidade ao bom trabalho que vinha sendo desempenhado pelo Ministério da Saúde, agindo de forma vigorosa, de acordo com as melhores técnicas científicas", disseram os presidentes na declaração.

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